Viveiro da Uniplac fornece mais de 15 mil árvores nativas

 

Gleyce Krieser M. S. Cé, acadêmica do curso de Jornalismo

A Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac) mantém um viveiro de mudas frutíferas de diferentes espécies da região serrana dentro do campus da universidade e trabalha com sucesso em um novo projeto voltado para a cadeia produtiva em maior escala de araucária para produção de pinhão e erva-mate. O mais importante deste projeto é a valorização das espécies nativas, afirma o responsável pela estufa o biólogo André Murara.

O viveiro é mantido por um convênio com a ABG Engenharia e Meio Ambiente, empresa de Porto Alegre, que atua há mais de 20 anos nas áreas de consultoria e projetos ambientais, tem como clientes empresas como a Gerdau Aços, Cia Zaffari, Brookfield Energia Renovável, entre muitas outras empresas nacionais e multinacionais.    

Em contrapartida a universidade se compromete com a ABG Engenharia em entregar 15.000 mil mudas ao ano.  Como a instituição está   produzindo em maior escala, ou seja, já tem condições de produzir a mais, também distribui   frequentemente para comunidade local e empresas, mudas frutíferas e paisagísticas, como ipê caroba, açoita, desempenhando assim seu papel filantrópico. O projeto não visa lucro, sendo todo dinheiro reinvestido no próprio projeto.

 

Pensando na manutenção do viveiro, a instituição já   iniciou a produção em maior escala de araucária e erva-mate sob a orientação do biólogo André Murara.  “Este novo projeto voltado para a cadeia produtiva das duas espécies pode ser o futuro financiador das nossas atividades”, afirma o profissional. Por cadeia produtiva entende-se os diversos processos pelos quais a erva mate ou o pinhão passa até chegar ao consumidor.

Aqui na região quase não há plantio de araucária para produção de pinhão ou de erva mate, a maioria mesmo é só extrativismo, ou seja, são retirados do mato.

 

Do ponto de vista mercadológico, o biólogo explica que é muito vantajoso principalmente para os pequenos produtores que  podem utilizar a sua  área de mato, de  reserva legal,  com  plantação de  erva-mate.  A erva-mate é um produto que está sendo muito exportado, inclusive a empresa Coca-Cola está comprando de pequenos produtores.   A grande dificuldade é que a erva-mate é bem complicado de se produzir, porém, a desvantagem pode ser encarda como oportunidade.

 

“A grande parte da erva mate do Brasil vem do Paraná, tem um mercado bom para isso, falta produção, se produzir vai conseguir vender”, afirma Murara.

Já a produção de araucária para produção de pinhão, é utilizado o uso de brotos extraídos da copa de árvores de araucária adultas, mudas enxertadas permitem que produtores obtenham árvores mais baixas e que a produção de pinhão seja antecipada.  O biólogo diz que se o produtor investir em matrizes que produzam em épocas diferentes, maturando semente em épocas alternadas, consegue-se coleta mensal de sementes de pinhão nove meses por ano.   “A araucária produz rápido, em sete anos produzirá igual a matriz, todas serão fêmeas, e  o produtor pode fazer  coletas  em momentos diferentes” , complementa Murara .  O Pinhão é a semente da araucária.  A técnica também auxilia a produzir pinhão com as características mais desejadas pelo mercado consumidor.

Atualmente, a colheita do pinhão é artesanal e extrativista. Nesta época do ano, é comum a presença de vendedores em beira de estradas com pinhões que foram coletados no chão, embaixo de araucárias. A produção precoce e a facilidade na coleta, pode se tornar uma fonte de renda importante para os produtores rurais.

Com a adoção dessas mudas, os produtores poderão investir na formação de pomares de pinhão como uma fonte de renda na propriedade rural.  Hoje o preço do kilo do pinhão no supermercado está custando em média R$7,00.

O novo projeto ainda não está fechado, “Quando fecharmos essa parceria vamos fazer distribuição exclusiva de araucária e erva mate”, diz Murara. Além de valorizar as   espécies nativas os produtores obterão   lucro sem prejudicar o meio ambiente.

A empresa ABG Engenharia está fazendo trabalho de execução dos serviços de desmatamento, terraplenagem, escavações, construção da barragem e alojamentos na PCH Serra dos Cavalinhos I, em Monte Alegre, Rio Grande do Sul, nestas áreas é necessário ser feito o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), plano este solicitado pelos órgãos ambientais como parte integrante do processo de licenciamento de atividades degradadoras ou modificadoras do meio ambiente. Tecnicamente, o (PRAD) refere-se ao conjunto de medidas que propiciarão à área degradada condições de estabelecer um novo equilíbrio dinâmico, com solo apto para uso futuro e paisagem esteticamente harmoniosa. AABG Engenharia fez uma parceria com a Uniplac fornecendo subsídios necessários para esta produzir mudas com sementes provenientes do resgate de flora da PCH Serra dos Cavalinhos I, como funcionário viveirista e todo material.

 

Publicado em 08/07/2016.

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